Seguimos com nossas recomendações literárias do mês de Maio. Adquiri alguns livros de um dos maiores contistas universais, Anton Tchekhov; a super biografia de Tolstói e os dois primeiros volumes da sensacional coleção Grandes Nomes da Literatura, lançada semanalmente pela Folha de São Paulo. \o/
Sinopse: Em 1896, quando já gozava de grande fama como contista e consolidava seu nome como dramaturgo, Tchekhov publica Minha vida, uma de suas primeiras obras ficcionais mais longas. Nessa novela — que tem aqui sua primeira tradução direta no Brasil, realizada por Denise Sales, que assina também o posfácio à edição —, é narrada a história de Missail Póloznev, um jovem que não consegue corresponder às expectativas que pesam sobre seus ombros, fracassando sucessivamente em diversos empregos burocráticos. Ao assumir a modesta ocupação de pintor de paredes, ele rompe com as tradições familiares e com a hierarquia social, personificadas na figura de seu pai. Acompanhando a busca do rapaz por um lugar no mundo, Tchekhov se debruça, com extrema delicadeza, sobre um tema pouco recorrente em suas histórias: o áspero universo do trabalho braçal, com sua aridez, seu desencanto, seus mujiques e patrões. Cenário sombrio, mas a partir do qual o mestre russo nos conduz a algo mais profundo, que transcende as formas usuais do debate ideológico, mostrando que é possível retratar as contradições da sociedade justamente pelo que nelas há de mais humano. (Skoob)
Sinopse: A obra acompanha os primeiros anos de casamento de Iúlia Belavina, filha de um médico da província, com Aleksei Láptiev, de uma família de prósperos comerciantes moscovitas. Esta narrativa de tintas autobiográficas mostra como se estabelece o cotidiano do jovem casal e dos círculos que frequenta, assim como a atmosfera opressiva das relações de afeto e poder em uma Rússia ainda marcada pela recém-abolida servidão. (Skoob)
A Dama do Cachorrinho e Outros Contos – Anton Tchekhov
Sinopse: Os contos breves, precisos e tocantes de Anton Pavlovitch Tchekhov (1860-1904) revolucionaram a maneira de escrever narrativas curtas, tornaram-se mundialmente conhecidos e influenciaram os principais escritores que se dedicaram ao gênero depois dele. Grande parte da originalidade de Tchekhov reside no papel fundamental que desempenham, em suas histórias, a sugestão e o silêncio, a ponto de, muitas vezes, o mais importante ser justamente o que não é dito. Esta é uma coletânea de trinta e seis de seus melhores contos, selecionados e traduzidos diretamente do russo por Boris Schnaiderman, que assina também o posfácio e as notas à edição. De ‘Nos banhos’ (1883) a ‘A dama do cachorrinho’ (1899), que dá título ao livro e encerra o volume, o leitor poderá acompanhar o desenvolvimento da arte deste escritor que sempre colocou o homem como centro de suas preocupações, e que via na literatura um instrumento para sua emancipação. (Skoob)
Sinopse: “Se o mundo pudesse escrever sua própria história, ele escreveria como Tolstói”, disse o jornalista e escritor russo Isaac Babel sobre um dos mais importantes nomes da literatura universal, Liev Tolstói, cuja vida é retratada por Rosamund Bartlett em Tolstói, a biografia, lançamento da Biblioteca Azul. Nascido em uma família aristocrática em 1828 e órfão de ambos os pais aos 8 anos de idade, Liev passou de um jovem impulsivo a grande escritor e até mesmo profeta. À época de sua morte, em novembro de 1910, era o homem mais famoso de toda Rússia. Para além de debruçar-se sobre a concepção de seus grandes romances, como Guerra e paz (1869) e Anna Kariênina (1877), em Tolstói, a biografia, Bartlett destrincha os diferentes períodos da vida do escritor, mostrando sua vinculação com a sociedade russa e trazendo informações pouco conhecidas ou lembradas. Entre elas, histórias de antepassados pitorescos que seriam modelos de personagens de sua ficção, uma juventude marcada por amores e grandes prejuízos nos cassinos, sua preocupação com a educação dos russos (fundou escolas, estudou as teorias pedagógicas e organizou uma cartilha com a pretensão de que se tornasse a base da educação nacional) e até mesma uma campanha humanitária que organizou para combater a miséria causada pela seca na região de Samara, na estepe russa. Liev Tolstói não foi um gigante só no campo literário – lembrando que foi contemporâneo de escritores como Dostoiévski, Turguéniev, Tchékhov, Dickens e Balzac –, foi um dos homens mais importantes da Rússia de seu tempo, em muitos momentos considerado um resumo e um modelo arquetípico do país. A presença de Tolstói na vida russa foi tão ostensiva que ele se tornaria um messias, fundador de uma seita com milhares de seguidores, o tolstoísmo, uma espécie de cristianismo radical. Tolstói, a biografia traz ainda, entre seus materiais complementares, uma cronologia, árvore genealógica das famílias de Tolstói e de Sônia Berhs (a esposa com quem teve um atribulado relacionamento), indicações de leituras complementares, iconografia e índice remissivo. (Skoob)
O Curioso Caso de Benjamin Button – F. Scott Fitzgerald (Coleção Folha Grandes Nomes da Literatura #02)
Sinopse: Nascer, crescer, envelhecer e morrer são etapas de todo destino e só a ficção permite imaginar outros rumos. F. Scott Fitzgerald (1896-1940) fantasiou a inversão da seta do tempo em O curioso caso de Benjamin Button, a saga de um homem que nasce velho e morre bebê. O autor conquistou fama aos 23 anos com um romance sobre a ascensão de um jovem, como ele, impaciente para conquistar o mundo. Logo encontrou mais de um estímulo para assumir o papel de ícone de uma era, os anos 1920, louca, impulsiva e acelerada. Uma nota em seu diário diz: A felicidade depende do bom desempenho das funções naturais, exceto uma envelhecer. Sua morte, aos 44 anos, exemplifica o lema viva rápido, morra jovem, um modo até hoje eficaz de alcançar a imortalidade. O curioso caso de Benjamin Button, publicado em 1922, combina fantasia e realismo para anunciar a busca por rejuvenescimento que convertemos em obsessão. Não falta, porém, melancolia a esta fábula que inverte a cronologia para concluir que no fim das contas tanto faz ganhar ou perder. (Skoob)
A Fugitiva – Marcel Proust (Coleção Folha Grandes Nomes da Literatura #01)
Sinopse: Mestre da união entre prazer e conhecimento, lembrança e contemplação, beleza e dor, Marcel Proust (1871-1922) nos leva a mergulhar nas reminiscências de uma perda: a separação definitiva entre o narrador do livro e Albertine, sua amada eternamente volátil. Não se trata, porém, de um relato lamuriento. Pois, como se lê no próprio texto, há momentos da vida em que uma espécie de beleza nasce da multiplicidade de aborrecimentos que nos assalta. Com sua capacidade de criar verdadeiras paisagens verbais, Proust transforma o sofrimento em arte, passando pela música, pela arquitetura e pela pintura. As idas e vindas mentais, a corrosão dos sentimentos, o jogo da memória e da dúvida, o luto e a esperança, são estes os elementos com os quais a prosa inigualável do autor nos embala. Além de seu valor autônomo, este livro é uma porta de entrada, de gala, para o universo do monumental “Em busca do tempo perdido”, uma aventura literária, talvez a maior do século XX, que custou mais de catorze anos ao autor e da qual faz parte A fugitiva. (Skoob)